Maria do Carmo Whitaker*
"Nossa empresa é ética. Temos uma filosofia de trabalho que prioriza a coerência entre o que se diz e o que se faz. Preservamos nossos valores. Somos reconhecidos no mercado por essa nossa postura. Assim, não precisamos de código de ética".
Não raro este comentário advém de empresários que exercem importante papel de liderança, sem perceberem as reais vantagens de adotar, para suas empresas, códigos de ética ou guias de conduta.
De modo muito simples e resumido podemos afirmar que é ético aquele que podendo escolher livremente, elege o bem e não o mal e age assim de modo constante. A fonte da ética é a própria realidade humana, o ambiente em que vivemos. Assim, o ambiente de trabalho, no qual passamos grande parte de nosso dia, se desenvolve em uma sucessão de escolhas e de prática de virtudes, que nada mais são do que os valores transformados em ação.
Mas o que tem isso a ver com o código de ética? Tem tudo a ver. O Código de ética é um instrumento de realização da filosofia da empresa, de sua visão, missão e valores.
Deve ser concebido pela própria empresa, muitas vezes com o auxílio de consultores externos, e expressar a sua cultura. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage. É imperioso que haja consistência e coerência entre o que está disposto no Código de Ética e o que se vive na organização. Se o código de conduta, de fato cumprir o seu papel, sem dúvida significará um diferencial que agrega valor à empresa.
As empresas estão implantando códigos de ética porque este documento tem o condão de :
Fornecer critérios ou diretrizes para que as pessoas se sintam seguras ao adotarem formas éticas de se conduzir. Garantir homogeneidade na forma de encaminhar questões específicas. Aumentar a integração entre os funcionários da empresa. Favorecer ótimo ambiente de trabalho que desencadeia a boa qualidade da produção, alto rendimento e por via de conseqüência, ampliação dos negócios e maior lucro. Criar nos colaboradores maior sensibilidade que lhes permita procurar o bem estar dos clientes e fornecedores e, em conseqüência, sua satisfação. Estimular o comprometimento de todos os envolvidos no documento. Proteger interesses públicos e de profissionais que contribuem para a organização. Facilitar o desenvolvimento da competitividade saudável entre concorrentes. Consolidar a lealdade e fidelidade do cliente. Atrair clientes, fornecedores, colaboradores e parceiros que se conduzem dentro de elevados padrões éticos. Agregar valor e fortalecer a imagem da empresa. Garantir a sobrevivência da empresa.
Eis as razões que respondem à pergunta formulada no título. Elas nos levam a acreditar na possibilidade de explorar um caminho que abre espaço para que percorram juntos, sem antagonismo, os valores e os resultados econômicos.
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