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Ética Empresarial
 
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Ricardo Inglez de Souza *

 

Site - Há quem diga que ética nos negócios significa cumprir as leis nos sentido de atender exigências fiscais, trabalhistas e previdenciárias. Você concorda?

Ricardo Inglez de Souza - De certa forma, também é isso. As leis traduzem valores da sociedade. Ser ético nos negócios, porém, não deve se restringir ao simples cumprimento das leis. Muitas vezes as leis são ambíguas e aplicam conceitos subjetivos ou vagos. Ser ético nos negócios será, então, escolher a melhor solução para a empresa sem que se distorçam os valores sociais envolvidos na questão.

Site - Como cumprir a lei em um país que aplica elevadíssimas taxas tributárias e é totalmente inflexível com as leis trabalhistas?

Ricardo Inglez de Souza - Cumprir a lei exige das empresas um elevado investimento. Não cumprir, no entanto, além de ser um caminho desaconselhável, expõe as empresas e pessoas envolvidas a diversos riscos. O importante é que a sociedade entenda a importância das empresas para a geração de riqueza e recursos para financiamento das atividades do Estado e que as empresas, valorizadas pela sociedade, coordenem esforços para exercer seu direito democrático de exigir um país mais coerente com o discurso de desenvolvimento e aceleração de crescimento. Enquanto as empresas e os lucros forem demonizados pela sociedade e enquanto algumas empresas se aproveitarem do excesso de burocracia para evitar a livre concorrência, os representantes do povo terão poucos incentivos para alterar os sistemas tributário e trabalhista atualmente vigentes.

Site - A prática de preços predatórios pode significar uma vantagem competitiva, para as empresas que a adotem.

Ricardo Inglez de Souza - O preço predatório, entendido como o preço abaixo do custo, gera prejuízos para a empresa que o adota, pelo menos no curto prazo. Não obstante, a razão para adotar tal prática é, muitas vezes, eliminar a concorrência e, em mercados com elevadas barreiras para o ingresso de novos agentes, recuperar o prejuízo em um segundo momento cobrando preços de monopólio.

Site - É possível ser ético e obter sucesso perante o concorrente?

Ricardo Inglez de Souza - Certamente. As regras claras e justas são balizas que norteiam os jogadores no mercado e direcionam o jogo para a situação em que se pode obter o melhor resultado da partida. Os melhores (mais eficientes) ganham e o público (consumidores e sociedade em geral) também ganha. É importante ressaltar que a concorrência tem um caráter de competição e não se pode confundir ética com gentileza no que diz respeito ao processo concorrencial. Uma empresa deve ser sempre ética perante seus concorrentes, mas não se deve exigir que seja "gentil". Ninguém vai abrir a porta para um concorrente entrar na frente no mercado. Além disso, na competição do mercado, alguns ganham e outros perdem. O processo de premiar o vencedor com a preferência do consumidor fomenta o desenvolvimento de novas tecnologias e a redução do consumo de recursos materiais e naturais.

Site - A corrupção pode ser um empecilho para se conseguir maiores investimentos nacionais e estrangeiros no Brasil?

Ricardo Inglez de Souza - A corrupção é, sem sombra de dúvida, uma das razões que dificultam o desenvolvimento sustentável de qualquer país. Empresas e capitalistas que pretendem investir seus recursos em outros países procuram oportunidades em que o retorno seja mais previsível (ainda que sempre haja o risco inerente ao próprio negócio). Em qualquer situação de instabilidade institucional, corrupção inclusive, as empresas e investidores ou decidiram por não investir, ou tentaram garantir um retorno muito superior ao normal, na proporção do risco que estão assumindo. Seja em um caso ou no outro o país sempre perde.

Site - A sonegação e pirataria imperam nas nossas fronteiras. A conscientização dos consumidores sobre os riscos de se adquirir produtos de origem ilícita poderia ajudar no combate à essas práticas?

Ricardo Inglez de Souza - A conscientização dos consumidores é uma das frentes para se combater a informalidade na economia brasileira. Precisamos de uma coesão entre empresas, consumidores e governo. Porém, o nível da enfermidade é tão alto que não podemos dar um remédio tão forte pois correríamos o risco de matar o paciente. É preciso fazer um trabalho criterioso de transição para fazer com que os agentes que hoje estão na informalidade por conta do custo tributário e trabalhista migrem para a formalidade sem que seja sufocado e ponha em risco a estabilidade dos postos de trabalho e a circulação da riqueza no país.

Site - Fazer o que é certo nos negócios, algumas vezes significa perder oportunidade ou ganhar menos que o concorrente, que sonega tributos, lesa seus funcionários ou pratica a pirataria. Há empresários dispostos a manterem a integridade e defenderem seus princípios nos negócios?

Ricardo Inglez de Souza - Tenho plena convicção que a grande maioria dos empresários deseja fazer seus negócios dentro da mais estrita legalidade. Utilizando um exemplo extremo, roubar um banco pode dar mais dinheiro que trabalhar como gerente. A maioria das pessoas quer ser gerente do banco, não o ladrão que vai roubá-lo. Manter a integridade tem a ver com a índole das pessoas. Reitero que a existência e o cumprimento de leis que preservam o jogo limpo da livre concorrência são fonte de segurança para os negócios e ganhos a longo prazo. Qualquer empresário com uma visão melhor do mercado deseja esta estabilidade. Há um movimento maior de cobrança pelo respeito dessas regras. Vemos boas iniciativas no combate à pirataria com o treinamento dos agentes de fiscalização dos portos pelas empresas. Há, também, um crescimento nas ações das Secretarias de Direito Econômico (SDE) e Acompanhamento Econômico (SEAE) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE para coibir as infrações às regras da livre concorrência.

Site - Como estimular ações eficazes contra a evasão fiscal, a falsificação dos produtos e o contrabando?

Ricardo Inglez de Souza - Muitas vezes o governo não tem a estrutura ou a vontade política de estudar a fundo as questões fiscais no Brasil. A cobrança de impostos elevados é, seguramente, um incentivo à informalidade. Em muitos casos, a redução da alíquota, da margem do valor agregado ou a concessão de prazos maiores para o recolhimento de impostos faria com que um número maior de empresas migrassem para a formalidade e o recolhimento de impostos, no final das contas, seria muito maior. O primeiro passo talvez seja este: criar um caminho para que o capitalista brasileiro (ou estrangeiro) migre para a formalidade. O segundo passo seria um controle mais rigoroso e a punição mais rígida. Há, no entanto, um grande perigo em se inverter a ordem desses passos e, dessa forma, retroceder na evolução social do país.

Site - Nós os brasileiros somos muito imediatistas, desejamos investir e logo usufruir os resultados. Isso atrapalha quem pretende ser ético nos negócios?

Ricardo Inglez de Souza - Trata-se de nível de expectativa e ansiedade. Não considero que estes fatores interfiram na ética dos negócios de forma direta. O problema é somar a essa ansiedade a impunidade.

Site - O combate ao suborno, à pirataria, à evasão de divisas, ao contrabando, deve ser uma ação do governo ou ato dos cidadãos que se organizam em entidades para promover ações ou campanhas nesse sentido?

Ricardo Inglez de Souza - Na verdade, vejo a ação do Estado e a da sociedade como ações complementares e não excludentes. Aliás, o conceito de coisa ou interesse público e privado evoluiu ao longo da História em constante metamorfose. Para o combate aos malefícios sociais mencionados nessa questão, é preciso, antes de tudo um alinhamento de interesses. É preciso demonstrar que há vantagens em seguir o caminho correto e que haverá conseqüências negativas e severas punições em não fazê-lo. O governo e a sociedade devem estar alinhados nesse sentido.

Site - A globalização ajuda ou atrapalha o empresário brasileiro na preocupação de nortear seus negócios por princípios éticos?

Ricardo Inglez de Souza - A ética deve existir sempre. Porém, é inegável que quanto maior o tabuleiro, maior a necessidade de haver regras claras. A globalização exige a existências de regras e práticas isentas de qualquer idiossincrasia, sem vícios locais e que possam ser conhecidas e reconhecidas por culturas totalmente distintas.

 

Ricardo Inglez de Souza é sócio do escritório Demarest e Almeida, especialista nas áreas de direito da concorrência, defesa comercial e contratos. É membro da Comissão Especial de Defesa da Concorrência da OAB/SP, e do Comitê de Concorrência e Relações de Consumo do CESA. Trabalhou, como representante de Demarest e Almeida, de 2002 a 2005, no Marval, OFarrell & Mairal, em Buenos Aires. Autor de diversos artigos relacionados ao Direito Econômico e Concorrêncial publicados em veículos especializados.
9/4/2007


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