Site - Sabemos que v. é advogado e jornalista? Qual a área de atuação que mais o absorve?

Carlos Alberto Di Franco - Minha dedicação profissional está voltada ao jornalismo. O Direito foi muito importante com suporte conceitual e intelectual, mas não atuo na área.


Site - O que se espera de um jornalista ético? Uma empresa jornalista pode ser ética ou isto é uma utopia?

Carlos Alberto Di Franco - Que trabalhe bem, com profissionalismo e seriedade ética. Espera-se que apure com profundidade e isenção, que informe sem engajamento, que escreva com precisão e elegância sobre a verdade dos fatos. Não é utopia a ética empresarial. Ao contrário, no campo da empresa informativa, é, também, questão de sobrevivência. Afinal, o nosso maior capital é a credibilidade. E a credibilidade depende da ética.

Site - Todos conhecem a enorme influência dos meios de comunicação e seu impacto na formação de opinião. Como transformá-los em instrumentos de valorização das pessoas, ao invés, de contribuirem para a sua degradação?

Carlos Alberto Di Franco - Investindo na formação de bons profissionais. Não há milagres. A atividade profissional é uma somatória das pessoas que a realizam. Ou melhoramos o nível, técnico e ético, da formação dada nas escolas, ou não conseguiremos nada.


Site - Quando um jornalista recebe da sua agência de informação, ou de outra fonte, uma notícia tendenciosa ou incompleta, como transmiti-la ao público?

Carlos Alberto Di Franco - Para um bom jornalista, a informação de agência é apenas um dado. Ela deve ser cotejada com outras fontes e informações. Caso contrário, ficamos reféns das agências.


Site - Como v. encara a questão atual e bastante debatida em relação à propriedade dos jornais e outros meios de comunicação? Há inconveniência que pertençam a estrangeiros?

Carlos Alberto Di Franco - Não. Desde que o controle seja limitado e bem determinado pela legislação. A recente aprovação 30% para capital estrangeiro é uma boa solução. Precisamos oxigenar as empresas, capitalizá-las. Caso contrário, é o absurdo do "Petróleo é Nosso", mas debaixo da terra.