Discreto e disciplinado, ele foi um dos primeiros a adotar sistema de participação nos lucros
CARLOS FRANCO
Um dos mais discretos empresários do País, Fortes era extremamente disciplinado, um resquício da carreira militar interrompida em 1942, quando a engenharia falou mais alto nas suas ambições. Em 1950, inaugurou com um sócio a J. Fortes & R. Pereira, que daria origem, posteriormente, à João Fortes Engenharia. A empresa encerrou o balanço de 2000 apontando faturamento de R$ 102 milhões.
Na empresa, Fortes contaria com o estímulo e o trabalho de cinco dos dez filhos, entre os quais o deputado federal e atual secretário-geral do PSDB, Márcio Fortes.
Ex-diretor do Banco Nacional de Habitação (BNH) no governo do general João Figueiredo (1979/84), Fortes sempre se pautou por evitar que sua empresa ficasse dependente do setor público. O que não evitou especulações, na época, de que poderia estar se beneficiando do cargo no BNH. Fortes refutava as acusações mostrando que o forte do seu negócio eram empreendimentos privados, embora defendesse com firmeza os interesses dos empresários da construção civil. O homem que comandou a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), também foi pioneiro na participação dos funcionários no lucro, adotando sistema inédito ainda em 1963. Também se pautou pela preocupação ambiental em suas obras, como a preservação de palmeiras imperiais entre os dois blocos que forma o Centro Empresarial Rio, na praia de Botafogo.
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