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Ética e globalização
 

Luiz Alberto Machado *


A exemplo de qualquer categoria profissional, a dos professores também tem o seu jargão próprio, ou seja, um conjunto de expressões que são utilizadas sistematicamente, com uma freqüência muito maior do que em outros segmentos de atividade.

Exemplos típicos são “relação professor/aluno” ou “relação ensino/aprendizagem”. São expressões que muitas vezes são destituídas de sentido se tomadas ao pé da letra, pois há um número considerável de professores que gosta mesmo do espaço acadêmico nos meses de férias – quando não existem alunos. Mas, na sala de aula, frente a frente com os alunos, falam da relação entre professor e aluno como o fator mais importante para o sucesso de sua atividade.

Da mesma forma, só tem sentido falar na relação ensino/aprendizagem quando, de um lado, alguém ensina, e, de outro, alguém aprende. Lamentavelmente, não é exatamente isso que ocorre muitas vezes, pois, de um lado, há um volume significativo de professores que fingem que ensinam, e, de outro, um volume também significativo de alunos que fingem que aprendem.

Outra expressão que professor adora empregar é “paradigma”. Gosta tanto de utilizá-la que ela se tornou uma expressão desgastada, em grande parte, pelo excesso de uso, muitas vezes inadequado.

Não é o caso, por exemplo, de seu uso para explicar as conseqüências da globalização, uma vez que as mesmas representaram, efetivamente, mudanças de paradigmas, com diversos fatores ganhando importância, ao mesmo tempo em que outros tinham sua importância reduzida.

Num artigo elaborado para um seminário promovido pelo Instituto de Engenharia , o Prof. Eduardo Giannetti abordou esse aspecto de forma brilhante e, dentro do possível sucinta. É em grande parte com base nessa abordagem e em considerações complementares de ordem pessoal que escrevo o presente artigo. Inicialmente, procuro descrever o que entendo por globalização; a seguir, indico os aspectos cuja importância cresceu e os aspectos cuja importância diminuiu com a globalização; por fim, procuro me aprofundar um pouco mais na relação entre ética e globalização.

O que é a globalização?

A maior parte das pessoas costuma identificar a globalização como um fenômeno predominantemente econômico. Eu, particularmente, discordo desse ponto de vista. Acredito que a globalização é um fenômeno que combina, predominantemente, a comunicação e a tecnologia, embora suas conseqüências econômicas acabem sendo as mais percebidas pelas pessoas.

Num esforço de síntese, a globalização é definida por Giannetti como a conjunção de três forças muito poderosas: a terceira revolução tecnológica (tecnologias ligadas à busca, processamento, difusão e transmissão de informações; inteligência artificial; engenharia genética), a formação de áreas de livre comércio e blocos econômicos integrados, e a crescente interligação e interdependência dos mercados físicos e financeiros em escala planetária.

Só por essa simples tentativa de definição, já se torna possível ter uma idéia do por que a globalização representou uma efetiva mudança de paradigma. Desde que o mundo se reorganizou geopolítica e territorialmente ao final da Idade Média, o Estado Nacional passou a se constituir na unidade territorial fundamental, cujos interesses eram aceitos como prioritários. Desde então, as pessoas, as empresas, as organizações, os municípios, as províncias e os estados tinham, é claro, seus próprios objetivos, mas estes não podiam deixar de estar em consonância com os objetivos e interesses mais amplos, que eram os interesses do Estado Nacional. A tentativa de criar áreas de livre comércio e blocos econômicos integrados, tais como a União Européia, o Nafta ou o Mercosul, constituem-se em iniciativas, pela primeira vez em mais de quinhentos anos, que supõem que interesses supranacionais se sobrepõem aos interesses de cada país membro. Evidentemente, isso não está sendo fácil. Mesmo no caso da experiência mais adiantada, a União Européia, ocorreram – e continuam ocorrendo – numerosas dificuldades. Imaginar que isso não ocorreria é, no mínimo, mera ingenuidade. Afinal, não se esquece de uma hora para outra um conjunto de idéias e instituições que foram se consolidando por mais de quinhentos anos...

Graças a essas três forças poderosas que configuram a globalização, percebe-se uma mudança na percepção de dois fatores básicos que fazem parte da nossa vida, o tempo e o espaço. A primeira sensação que se tem é a de que houve uma aceleração do tempo e uma integração do espaço. Em outras palavras, tempo e espaço deixaram de ser obstáculos no mundo globalizado, de tal forma que estaríamos, finalmente, entrando naquilo que o famoso comunicólogo canadense Marshall McLuhan anunciou com tanto alarde há algumas décadas: uma aldeia global.

Na verdade, essa primeira sensação esconde um enorme paradoxo, já que, principalmente quem vive em grandes metrópoles, sabe que estamos ainda muito longe de viver numa sociedade em que o tempo e o espaço deixaram de ser obstáculos. A rigor, o que se percebe nessas cidades é exatamente o oposto, pois é crescente (e não decrescente) a quantidade de pessoas que se queixa cada vez mais do pouco tempo de que dispõe para fazer tudo aquilo que gostaria de fazer. E o pior é que isso começa a ocorrer cada vez mais cedo na vida das pessoas, sendo possível encontrar crianças, por absurdo que possa parecer, com agendas sobrecarregadas!

O sobe-e-desce da importância dos fatores

Com essa verdadeira mudança de paradigma, alguns fatores ganham importância no mundo globalizado, ao mesmo tempo em que outros, simultânea e quase simetricamente, têm sua importância reduzida.

Assim, ganham importância no mundo globalizado:

1) a estabilidade e a previsibilidade macroeconômicas - num mundo em que as relações econômicas são estabelecidas, muitas vezes, entre blocos de países, quem é que vai querer ter como parceiro um país que não consegue manter a estabilidade de sua moeda e onde não há condição de se fazer qualquer tipo de previsão a não ser de curtíssimo prazo?

2) o investimento em capital humano, entendido não apenas no seu componente cognitivo, necessário para interagir com as novas tecnologias, mas também no que diz respeito à ética e à confiabilidade interpessoal.

3) a agilidade e a flexibilidade empresariais - no mundo globalizado e altamente competitivo, acesso à informação deixou de ser handicap favorável, uma vez que ela encontra-se disponibilizada para todos. Sendo assim, o que se torna essencial é saber como processar as informações e, com base nisso, tomar as decisões no momento adequado, se possível antecipando-se aos concorrentes. Portanto, a inovação é uma ambição de todos os atores desse novo cenário e, para obtê-la, cresce cada vez mais a importância da criatividade, definida por Charles “Chic” Thompson como “a capacidade de olhar para a mesma coisa que todos os outros, mas ver algo de diferente nela”.

Por outro lado, perdem importância no mundo globalizado:

1) a noção de Estado nacional soberano e o ativismo macroeconômico keynesiano - a formação de blocos econômicos representa, ainda que parcialmente, algo que põe em dúvida os antigos papéis desempenhados pelos Estados nacionais. Além disso, é preciso ressaltar que as transformações de ordem tecnológica e organizacional identificadas no item anterior interferiram significativamente nos padrões internacionais de competitividade. A propagação dessas novas bases tecnológicas só se viabilizou, porém, graças ao processo de desregulamentação e da progressiva diminuição das fronteiras nacionais. Em razão disso, a capacidade de os Estados nacionais implementarem políticas compensatórias com eficiência mínima torna-se cada vez mais questionável.

2) a mão-de-obra barata e os recursos naturais abundantes como fatores de competitividade e atração de investimento direto estrangeiro - com todos os avanços da terceira revolução tecnológica, tem sido cada vez mais fácil produzir artificialmente, sem perda de qualidade e com preços significativamente mais baixos, substitutos para matérias-primas que, até algum tempo atrás, constituíam-se nos principais itens da pauta de exportações de uma série de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.  

3) a auto-suficiência econômica como objetivo nacional - considerando, de um lado, o tempo e a distância deixando praticamente de se constituírem em obstáculos às transações internacionais, e, de outro, o elevado custo em P&D para se produzir em condições mínimas de qualidade e preço artigos cada vez mais sofisticados, torna-se verdadeiramente incompreensível imaginar um país que estabeleça como objetivo nacional a auto-suficiência econômica. A par disso, as mudanças apontadas no item anterior trouxeram, entre outras conseqüências, um nível muito mais alto de automação e integração entre as atividades de concepção, produção, gerenciamento e comercialização de produtos e serviços, exigindo, inevitavelmente, novas estratégias empresariais.

O fortalecimento da ética no mundo globalizado

Propositalmente, deixei um único fator sem comentário no rápido exame feito sobre o sobe-e-desce da importância dos fatores na parte anterior deste artigo. Foi justamente o que trata da importância do investimento em capital humano, aqui entendido, repito, não apenas no seu componente cognitivo, necessário para interagir com as novas tecnologias, que é o aspecto normalmente enfatizado nos textos sobre a importância do capital humano, mas também no que diz respeito à ética e à confiabilidade interpessoal.

Ora, num mundo em que os acontecimentos são divulgados praticamente em tempo real, qualquer deslize mais grave condena seu autor a uma desconfiança generalizada. Um bom exemplo nesse sentido pode ser observado com o ex-presidente Fernando Collor de Mello, cuja imagem se encontra irremediavelmente associada aos desmandos e à corrupção que conduziram ao seu impeachment. Quem, aliás, se utilizou deste fato para demonstrar que com a globalização e a imediata divulgação das notícias em escala mundial a questão ética passaria a ser vista noutra dimensão, com sua importância sendo bastante valorizada, foi John Naisbitt, no best seller Paradoxo Global.

Apesar de absolvido pelos crimes supostamente cometidos naquela época, Collor não conseguiu se eleger em 2002, nem sequer para o governo de Alagoas, estado de onde partiu em sua vertiginosa escalada rumo à Presidência da República nas eleições de 1989.

Exemplos como o de Fernando Collor podem ser vistos em grande quantidade, quer no Brasil quer no exterior, com conseqüências semelhantes. Os autores de desvios éticos no exercício de funções públicas de grande visibilidade têm tido enorme dificuldade para recuperar sua reputação e de dissociar seus nomes dos escândalos a que ficam permanentemente atrelados.

Nós, brasileiros, estamos diante de uma interessante oportunidade de verificar até que ponto o cipoal de denúncias de corrupção que assolou o País nos últimos meses poderá deixar como herança outros exemplos semelhantes ao de Fernando Collor. E não me refiro apenas às eleições, mas sim ao futuro político reservado aos mensaleiros e demais envolvidos em atos de corrupção e enriquecimento ilícito, a maior parte dos quais, lamentavelmente, absolvidos na “pizzaria” nada ética do Congresso Nacional.


Eduardo Giannetti, Globalização, transição econômica e infra-estrutura no Brasil.

Charles “Chic” Thompson, Grande idéia! , p. 24.

 

*Luiz Alberto de Souza Aranha Machado, economista (Universidade Mackenzie, 1977), especialização na Boston University; Creative Education Foundation; International Alliance for Learning; Fundação Armando Álvares Penteado. Vice-Diretor da Faculdade de Economia  da Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, na qual é Professor Titular e Coordenador dos cursos in company FAAP-Pós Graduação. Conselheiro do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial; Conselheiro da Fundação Brasil Criativo e Membro do Conselho Superior da Ordem dos Economistas de São Paulo
 
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1/7/2006


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