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Ética: ciência do autoconhecimento e do autogoverno
 

Cesar Furtado de Carvalho Bullara *


Conta a história que a origem da filosofia clássica é a resposta ao conhece-te a ti mesmo que, segunda a tradição, estava inscrito no dintel do oráculo de Delfos. A partir disso Sócrates descobre a “psyché” e começa a levantar o véu sob o qual se esconde a dimensão mais profunda do homem.

Convencido da existência de um sentido e de uma verdade a respeito do mundo e do homem, Sócrates tratou dos principais interrogantes da vida humana. Procurava a verdade no interior do homem, daí o nome do método por ele criado, a maiêutica.

Tal convencimento tornou-se então, a base da ética clássica que se manteria inabalável até o século XIII, quando, à causa do nominalismo de Guilherme de Ockam, sofre um grande golpe. A confiança na razão debilita-se e com ela a capacidade de conhecer o mundo e a si mesmo. Dá-se lugar ao subjetivismo e a ética perde sua objetividade.

Para salvá-la dos caprichos e arbítrios dos homens, Descartes recorre a Deus; Kant, ao imperativo categórico. Outros, como David Hume, Jeremy Bentham, Hegel, Nietzsche e Sartre, simplesmente negam o seu direito à cidadania.

O resultado de todos estes acontecimentos se traduz numa certa incapacidade para tratar os temas mais profundos da existência humana. Perdendo-se o conhecimento do homem, perde-se a capacidade de conhecer-se a si mesmo. A filosofia torna-se um labirinto no qual os que estão dentro não conseguem se desvencilhar e os que estão fora não se atrevem a entrar.

Se tudo é subjetivo, esfuma-se o conceito de verdade. E quando se perde o conceito de verdade, o homem perde a sua identidade. A ética se transforma num conjunto de regras que dizem respeito a um certo grau de dignidade e de paz social. À luz disso se entende porque a ética transformou-se nos últimos séculos numa filosofia política cujos representantes mais ilustres são Maquiavel, Hobbes e Rousseau. Uma ética sem verdades que a suportem não existe! Falar de ética é falar de verdades que dizem respeito ao que há de mais íntimo e elevado no homem.

Voltemos ao conhece-te a ti mesmo socrático. Este é o ponto de partida necessário para qualquer estudo aprofundado sobre o homem. Colocar-nos esta pergunta é encarar-nos com a nossa verdade. Ricardo Yepes, em uma de suas obras, fala da verdade como fonte de inspiração para a nossa vida. Diz que quanto mais abrangente for a nossa verdade, mais inspiradora será para nós.

De fato, todos notamos que a força das nossas convicções e sua ressonância na nossa vida advém da força da verdade da qual estamos imbuídos. A experiência mostra que uma pessoa alcança um alto grau de conhecimento próprio quando tenta ser maximamente coerente com as suas verdades. Uma pessoa desprovida de verdades é uma pessoa desprovida de ideais, uma pessoa sem esperança, uma pessoa que não encontrou o sentido do seu estar aqui. A conseqüência prática disso é um vazio existencial que desemboca na tristeza. Foi o ponto de chegada de Nietzsche e Sartre, filósofos para quem o mundo era desprovido de um sentido, de uma verdade.

É impossível ao homem viver sem a verdade; todos temos as nossas. No entanto, não basta que as nomeemos como tal; devem sê-lo de fato.

O encontro com a verdade é algo essencial! Justamente por isso, torna-se uma tarefa para cada um de nós e da qual não nos podemos evadir. Viver implica ter a cargo esta tarefa. No entanto, uma coisa é a tarefa, a missão, e outra o seu cumprimento. Infelizmente, nem todos conseguem realizá-la de um modo satisfatório.

Podemos interpretar esta tarefa como a realização da felicidade em nós mesmos. A esse respeito, Sêneca afirma que a felicidade consiste em algo bom não em aparência, mas de modo consistente e duradouro. Acrescenta que uma vida feliz é aquela que está de acordo com a própria natureza. Nisso também estão de acordo, dentre outros, Sócrates, Platão e Aristóteles.

A felicidade consiste na realização de algo que levamos dentro e guarda uma relação direta com o nosso dia-a-dia. A este conjunto de ações realizadas damos o nome de ética. Esta nada mais é do que a realização da verdade na ordem prática.

Entendidas as coisas deste modo, vemos que a verdade não é algo que se inventa; é antes de tudo, algo que se descobre. Não é uma mera teoria, é algo que compromete todo o nosso ser.

Encontramo-nos diante da força da verdade e seu poder de persuasão. Deste modo se entende na sua plenitude aquele conhecereis a verdade e ela vos libertará. Somente a verdade tem esta prerrogativa: libertar-nos das garras do nosso próprio eu.

Somente a verdade nos propicia o real conhecimento de nós mesmos, ponto de partida da ética. E somente na medida em que a aceitamos estamos em condições de chegar a ser aquilo que ainda não somos.

Aceitar o que somos para chegar a ser aquilo que não somos; esta é a tarefa que temos e que somente é levada a cabo quando alcançamos o seu cumprimento. Possuir o conhecimento de si mesmo é o ponto de partida para realizar a grande missão de atingir a perfeição humana a qual cada um de nós está chamado. Deste modo, a vida humana é concebida como uma missão pessoal e intransferível a ser realizada.

Neste momento se compreende com mais propriedade a necessidade do autogoverno. Ser senhor de si mesmo, dominar-se a si mesmo, estas são as aspirações mais elevadas da nossa liberdade. Uma liberdade que se realiza plenamente na medida em que se encontra com a verdade sobre si mesmo e sobre o mundo ao seu redor.

Aqui está a verdadeira sabedoria definida pelos clássicos. Um olhar para si mesmo e para o mundo que nos coloca como protagonistas da nossa própria existência. Somos os artífices da nossa própria felicidade ou infelicidade. Cada decisão ou ação nos aproxima ou afasta da realização da felicidade em nós mesmos. Nisso consiste a ética, em ajudar-nos a encontrar as respostas mais adequadas aos nossos anseios mais profundos, levando-nos a agir de modo coerente com a verdade sobre nós mesmos. A ética nos leva a conhecer e amar a verdade.

 

*Cesar Furtado de Carvalho Bullara, Prof. de Comportamento Humano nas Organizações ISE – Instituto Superior da Empresa
E-mail: cesarbullara@ise.org.br.
 
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1/7/2006


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