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O que realmente importa
 

João Mellão Neto*

O Banco da Suécia, em 1991, outorgou o Prêmio Nobel de Economia ao inglês Ronald Coase. Dois anos depois o laureado foi o norte americano Douglass North. Estava consagrada, assim, a Nova Teoria Institucional, um método revolucionário de análise, que, além da matemática, unia a História, a sociologia, a psicologia e outras ciências humanas ao estudo da economia. Esta Teoria, hoje em dia, está consolidada e a maior parte da elite acadêmica do mundo civilizado a adota. Ela atribui o sucesso das economias das nações à qualidade de suas Instituições. Onde as Instituições nacionais são apropriadas, o capitalismo se desenvolve, os indivíduos despertam o gigantesco potencial que têm dentro de si e o país, com um todo, enriquece. Onde não são, o resultado inevitável é a pobreza, a falta de iniciativa e a estagnação econômica.
Vamos tentar entender. Coase despertou o interesse para a importância dos custos do comércio para o desempenho econômico. Até então os economistas entendiam que os custos da produção eram apenas três – terra, capital e trabalho. Para  Coase  havia mais um,  ao qual intitulou, genericamente, de “custos de transação”. Quanto mais baixos fossem estes, em relação aos demais, mais uma empresa – ou uma nação – cresceria. Para se aquilatar a sua  importância, basta lembrar que os “custos de transação” equivalem a 40% do PIB norte-americano
O que são, afinal, os “custos de transação”? São todos os dispêndios – de dinheiro, de tempo, de trabalho e de risco – em que uma empresa, ou indivíduo, incorrem ao se relacionar com o mercado.  Um industrial, por exemplo, para produzir, necessita amealhar capital, matérias-primas, mão de obra, máquinas e equipamentos e assim por diante. Cada um destes componentes, além de seu preço, embute também o seu “custo de transação”, que são os riscos, tributos e despesas indiretas inerentes à operação de compra e venda.
 Quando, no passado, todas as atividades econômicas se davam no seio de uma aldeia, era tudo muito simples. Todas as pessoas se conheciam e todos conheciam as suas reputações. Nos grandes mercados de hoje em dia, a maior parte das transações econômicas se dá com estranhos. Fulano vende para beltrano. Que garantias fulano tem de que beltrano lhe pagará no dia combinado? Ao mesmo tempo, que garantias tem beltrano de que a mercadoria comprada de fulano está em perfeito estado? Caso não esteja, como saber se fulano concordará em substituí-la? Se uma simples operação de compra e venda já embute tais riscos, o que dizer das complexas operações de mercado, onde milhões e milhões de fulanos e beltranos, intermediados por outros milhões de cicranos, compram e vendem mercadorias e serviços a todo momento? Quem garante a lisura e o bom comportamento de todos?
Diferente do que querem crer os socialistas, o capitalismo não é imoral. Ao contrário. Ele depende fundamentalmente de regras morais rígidas para funcionar e sobreviver. Quem garante estas regras? As Instituições. As nações que possuem Instituições sólidas e apropriadas, prosperam e enriquecem, porque os seus “custos de transação” são baixos.  As demais, onde não existem Instituições fortes, os custos e riscos de transação são exorbitantes e, portanto, estão condenadas a chafurdar na miséria.
A essa altura o leitor estará se perguntando: - o que se entende, afinal, por “Instituições”?
Vamos por partes. Instituições são todos os valores, convicções, crenças e regras de conduta aceitos consensualmente por uma sociedade. Elas podem ter poder formal – caso dos códigos e leis aplicados pelo Judiciário, ou apenas força moral – caso em que os transgressores são punidos pela censura e pelo repúdio da própria comunidade
O sistema de mercado, próprio das sociedades capitalistas, só funciona de maneira eficaz quando cada indivíduo, em suas interações econômicas, tem a absoluta certeza de que todos os demais se comportarão de acordo com o que foi previamente combinado, ninguém tentará lograr ninguém e ninguém se prevalecerá da boa-fé do próximo.
O Liberalismo - que é a versão ideológica do capitalismo – não defende, portanto, um Estado passivo e inoperante. Ao contrário, o livre-mercado só é possível nas sociedades onde existe um Estado forte, ágil e atuante, que estabelece de modo firme e transparente as “regras do jogo”, e as faz cumprir de forma enérgica e sem vacilações.
O direito legítimo de propriedade, o respeito irrestrito aos contratos e a igualdade absoluta de todos perante a lei, devem ser os princípios basilares da ação do Estado, através do seu braço judiciário. A Justiça deve ser rápida, eficaz e conduzir-se por critérios impessoais.
Nas interações econômicas, a livre concorrência deve imperar. Nas relações entre os indivíduos e o Estado deve prevalecer a transparência e a previsibilidade. Cabe a este garantir um quadro de estabilidade econômica, de tributação moderada e de clareza das regras. Tudo isso, somado, contribui para manter os “custos de transação” em um nível baixo e a sociedade inteira ganha com isso. 
No caso brasileiro as Instituições ainda são imaturas e, portanto, os “custos de transação” são muito elevados.
 Do lado do Estado temos tributos escorchantes, regras com viés antiempresarial, vocação confiscatória, relativização dos direitos de propriedade, encargos trabalhistas proibitivos, burocracia irracional e impunidade das práticas corruptivas. O Judiciário é lento, ineficaz e não garante o pronto e fiel cumprimento dos contratos.
Na sociedade, por sua vez, remanescem conceitos distorcidos tais como o “jeitinho”, a valorização da esperteza e do logro, e a idéia de que o certo é se prevalecer da ingenuidade alheia.
Ninguém, por aqui, se deu conta de que, quando todos querem levar vantagem em tudo, ninguém leva vantagem em nada.


Não existem povos eleitos. O que existe, isso sim, são povos que se elegem.

 

* João Mellão Neto, jornalista, foi deputado federal, secretário e ministro de Estado.
 
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9/1/2006


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